ROBÔS VÃO SUBSTITUIR OS CORRETORES DE SEGUROS?

Esta pergunta é muito simples de ser respondida, mas antes é necessário deixar claro que os “robôs” dos quais estamos falando, não são aquelas máquinas que nós vemos nos filmes de ficção científica, estamos falando de um conjunto de algoritmos,

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Esta pergunta é muito simples de ser respondida, mas antes é necessário deixar claro que os “robôs” dos quais estamos falando, não são aquelas máquinas que nós vemos nos filmes de ficção científica, estamos falando de um conjunto de algoritmos, programas de computador que executam tarefas rotineiras e padronizadas (consultar informações, organizar e extrair dados, emitir relatórios, entre muitas outras).

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No caso da nossa empresa, a Infocap, desenvolver e trabalhar com robôs já uma atividade que desenvolvemos há mais de 15 anos. Na época, as companhias seguradoras ainda forneciam  “kits de cotação” para serem instalados nos computadores das corretoras, e a Infocap já desenvolvia os primeiros protótipos de robôs para alguns clientes, onde os robôs consultavam as cotações de diversas companhias, acessando os arquivos destes “kits de cotação”.

Mas por volta do ano de 2012, decidimos mergulhar de cabeça no aprimoramento do desenvolvimento destes robôs, mais especificamente para a tarefa de cotação simultânea de seguros. A motivação da Infocap, foi perceber que havia uma demanda reprimida para este tipo de solução, principalmente no sentido de atender os pequenos corretores, que não tinham condições de arcar com os sistemas caros, que na época integravam via webservice as seguradoras e os multicálculos. Esta falta de acesso aos melhores recursos de automação de tarefas, era na época uma grande barreira competitiva entre os corretores pequenos e as grandes corretoras, pois estas tinham condições de contratar várias pessoas para realizar estas tarefas de cotações.

Os primeiros robôs, daquela época, realizavam cotações simultâneas em quatro ou cinco companhias, mas rapidamentes este número saltou para doze cotações simultâneas de seguros de automóvel, e entregavam em poucos instantes o resultado que um calculista levaria bastante tempo (possivelmente uma ou duas horas…) fazendo manualmente.

Os nossos robôs trouxeram competitividade para o mercado de seguros, e os pequenos corretores começaram a ficar em pé de igualdade com grandes corretoras.

Na época, algumas companhias passaram a ver nossa empresa como uma ameaça dentro do mercado de seguros, enquanto outras, perceberam uma tremenda oportunidade para aumentar a oferta dos seus produtos. Porém, no caso dos clientes que utilizavam o sistema, estes de imediato adoraram os benefícios desta tecnologia, e o consideram indispensável até hoje, pois libera o corretor de seguros da área comercial, que deixaram de se dedicar para as tarefas repetitivas, preenchimento de formulários, etc… para colocar sua energia na mais importante atividade, o relacionamento com os clientes.

Atualmente, possuímos uma equipe profissional que faz manutenção em mais de 250 robôs, das mais diversas funcionalidades, desde cotações de vários ramos, buscando parcelas vencidas no portal das seguradoras, enviando boletos para clientes, buscando e baixando comissões, ou seja, todo o trabalho rotineiro e manual passa a ser automatizado.

A pergunta que formulamos no início, se Robôs vão Substituir os Corretores de Seguros? Ela é respondida primeiramente assim: o trabalho de rotina, de repetição, burocrático, este sim já está sendo substituído por robôs.

Antes de completar a resposta, vou contar uma pequena história que aconteceu enquanto eu ministrava uma aula na Escola Nacional de Seguros, na disciplina de gestão empresarial para corretores de seguros. Naquela aula, um aluno trouxe uma edição de uma conhecida revista de ciências, e que tinha na capa a seguinte frase: robôs podem tomar 50% dos empregos humanos, e a matéria continha uma lista das profissões com maior risco de serem substituídas por robôs. Para a surpresa de todos, a reportagem colocava como primeira da lista, a profissão de corretor de seguros, com 97% de chances de ser substituída por robôs nos próximos anos! E ao mesmo tempo, a revista também mostrava uma lista das profissões que tinham menores chances de serem substituídas por robôs, entre estas estavam: psicólogo, médico, enfermeiro, fisioterapeuta, nutricionista, entre outras. Ou seja, todas as profissões que trabalham diretamente com pessoas, e que envolvem decisões que acontecem olhando no olho, e se envolvendo com as pessoas e construindo junto com o cliente uma solução, deverão permanecer e valorizar.

Observando o mercado atualmente, percebemos uma necessidade enorme de que exista, cada vez mais um contato humanizado nas relações. Por mais avançado que seja em tecnologia, um simulador ou robô não consegue transmitir sentimentos. Vivemos hoje uma era de grande desenvolvimento tecnológico, mas eu insisto que, o que vai substituir a era da tecnologia e dos robôs, será justamente a humanização. A tendência é a de que a tecnologia esteja cada vez mais acessível, cada vez mais barata, então, o grande diferencial será justamente o relacionamento humano de qualidade.

Portanto, se no seu trabalho na corretora de seguros, você executa apenas tarefas burocráticas, rotineiras, comece a se preocupar. Se você não lida com pessoas, se você não trabalha com planejamentos de ações para o crescimento do negócio, inovação, comece a se preocupar.

Por fim, quero deixar quatro dicas importantes para o corretor de seguros.

  • Primeira: Foco na venda! O corretor de seguros deve se ocupar com a venda e não com o back office.
  • Segunda: Foco no atendimento! O cliente precisa ter o contato humanizado com o corretor de seguros.
  • Terceira: Mentalidade de crescimento! As coisas que funcionaram até hoje não te levarão até o próximo patamar.
  • Quarta: Os robôs existem, seja amigo deles! Os robôs serão cada vez melhores, utilize ao máximo estas tecnologias ao seu favor.

Vida longa ao Consultor Corretor de Seguros!

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Artigo por

Charles Poltronieri
Fundador e CEO da Infocap TI, atua no mercado de seguros desde 1985, sendo professor da Escola de Negócios e Seguros há mais de 20 anos, onde ministra as disciplinas de Gestão Empresarial para Corretores de Seguros e Noções de Informática. Apaixonado por tecnologia, formado em Ciência da Computação, Pós Graduado em Análise de Sistemas e com MBA em Gestão Empresarial pela FGV/RJ. A base da experiência foi adquirida trabalhando na área de TI de 3 seguradoras (Novoseguro, União de Seguros e Bradesco Seguros).
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