CARROS AUTÔNOMOS E O IMPACTO NO MERCADO DE SEGUROS

O anúncio feito pela Tesla recentemente sobre a evolução do sistema Autopilot

Compartilhe

O anúncio feito pela Tesla recentemente sobre a evolução do sistema Autopilot – que possibilita o uso de carro sem motorista – reacende uma discussão não tão recente sobre o papel do mercado de seguros neste segmento.

Há tempos que os carros que dirigem sozinhos deixaram de ser um enredo cinematográfico para integrar a área de teste de montadoras ao redor do mundo. Além do tradicional setor automobilístico, empresas de tecnologia como Google, Uber, Apple e Baidu também quiseram entrar na onda dos veículos autônomos.

Tanta inteligência envolvida impacta de forma relevante na forma de pensarmos o trânsito. É inegável que, em função da substituição do condutor por hardware e software, haverá um aumento na precisão do cálculo de rotas e trajetos com menos percalços, o que tende a reduzir o número de acidentes nas estradas, devendo impactar diretamente na precificação dos seguros a longo prazo.

Este cenário ainda parece algo remoto, mas o certo é que o corretor de seguros que tem grande parte da sua produção focada no ramo Auto deverá, além de diversificar sua carteira, se reinventar e se manter atualizado para atuar neste novo mercado, se posicionando cada vez mais como um consultor para o seu cliente.

Por outro lado, pelo menos em um primeiro momento, o custo para se adquirir um veículo autônomo ainda é bastante elevado, o que poderia aumentar o índice de proprietários dispostos a se cercarem de cuidados para protegerem o bem. Atualmente, segundo o CNSeg, o Brasil possui cerca de 30% de sua frota segurada e um levantamento realizado pela Insurance.com destacou que 18% dos entrevistados investiriam em um seguro para carros autônomos. Esta taxa tende a aumentar na medida em que as ruas começarem de fato a receber os novos carros e as seguradoras lançarem produtos com coberturas específicas para este tipo de veículo.

Companhias de seguros do Reino Unido inclusive já oferecem apólices para veículos autônomos e parcialmente autônomos. O diferencial? Além da cobertura usual, proteção contra mau funcionamento do sistema de direção do veículo e ainda contra a invasão de hackers no sistema operacional do carro, bem como inconvenientes relacionados a fatores externos como mau tempo.

Portanto, ainda que as primeiras impressões sobre os “carros do futuro” possam trazer incertezas e preocupações, o mercado de seguros deve se adaptar e transformar as iminentes ameaças em promissoras oportunidades, com importante participação do corretor de seguros nesta mudança.

Um pé no futuro

Estudo da consultoria EY estima que os carros autônomos alcançarão a hegemonia de compra em 2035, dominando as ruas até meados de 2050. Ou seja: a era dos carros autônomos ainda não é uma realidade, mas é fundamental já ir se acostumando de se adequando a ela.

Entre para nossa lista e receba conteúdos exclusivos e com prioridade

Artigo por

Charles Poltronieri
Fundador e CEO da Infocap TI, atua no mercado de seguros desde 1985, sendo professor da Escola de Negócios e Seguros há mais de 20 anos, onde ministra as disciplinas de Gestão Empresarial para Corretores de Seguros e Noções de Informática. Apaixonado por tecnologia, formado em Ciência da Computação, Pós Graduado em Análise de Sistemas e com MBA em Gestão Empresarial pela FGV/RJ. A base da experiência foi adquirida trabalhando na área de TI de 3 seguradoras (Novoseguro, União de Seguros e Bradesco Seguros).
Tabela de conteúdo
Esta pergunta é muito simples de ser respondida, mas antes é necessário deixar claro que os “robôs” dos quais estamos falando, não são aquelas máquinas que nós vemos nos filmes de ficção científica, estamos falando de um conjunto de algoritmos,
Hoje em dia, a maioria das oportunidades de negócios surgem a partir de pesquisas que as pessoas fazem no Google antes de partir para uma compra ou contratação.
Já rumamos para a segunda década do século XXI e não é raro encontrarmos profissionais dos mais diversos segmentos que demonstram alguma insegurança quando o assunto é o uso de bots nos negócios